terça-feira, 21 de outubro de 2014

Relatório sobre imprensa no Brasil cita agressões a jornalistas

Relatório sobre a situação da liberdade de expressão no Brasil, apresentado ontem durante assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), em Santiago do Chile, destacou “melhoria significativa” na área em seis meses. Mas, emite um alerta quanto às agressões a jornalistas e menciona sete episódios de censuras judiciais. A retirada de circulação da revista IstoÉ, no mês passado, após ação movida pelo governador do Ceará, Cid Gomes (Pros), é citada no documento.

No relatório elaborado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), estão contemplados 48 casos de agressões a profissionais da imprensa no período. Eles foram contabilizados com a ajuda da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O texto também ressalta o aumento de casos de censura judicial, mais comuns em época de eleições.

O período analisado no relatório vai de 31 de março a 31 de setembro deste ano. Não houve nenhuma morte de jornalista no período. O maior número de ocorrências no relatório intitulado Liberdade de imprensa no Brasil é o de agressões, 48. A ANJ registra a violência sofrida em setembro pela repórter da Folha de S. Paulo, Marina Dias. Ela foi agredida por seguranças da Presidência da República num debate entre presidenciáveis organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em Aparecida (SP).

Há ainda menção a ataques contra 36 profissionais de imprensa durante manifestações e atos ocorridos entre junho e julho deste ano, durante a Copa do Mundo. Esse levantamento foi feito pela Abraji ainda em julho.
 
Na América Latina
O coordenador de Liberdade de Imprensa da SIP, Ricardo Trotti, afirmou que agressões a jornalistas aumentaram em países como Brasil, Colômbia, Bolívia e Estados Unidos, frutos da cobertura tanto de processos eleitorais quanto de manifestações sociais.

A SIP contabiliza 11 assassinatos de jornalistas no último semestre: três no Paraguai, três em Honduras, dois no México, um na Colômbia, um em El Salvador e um no Peru. A violência e a insegurança são algumas das principais ameaças ao jornalismo na América Latina.

Na apresentação dos relatórios sobre o estado da liberdade de imprensa, Trotti apontou o “excesso de protagonismo e propaganda através dos meios oficiais” em países como Argentina, Equador, Nicarágua, Bolívia e Venezuela. (

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