Temer tenta controlar disputa no PMDB. Jucá garante apoio a Eunício

O senador cearense Eunício Oliveira deu mais um passo para conquistar a Presidência do Senado. Mesmo com o clima de disputa interna no PMDB, Eunício recebeu, nessa segunda-feira, apoio, pelas redes sociais, do Presidente Nacional do PMDB e líder do Governo no Congresso Nacional, senador Romero Jucá. Jucá refutou as notícias sobre uma possível candidatura à sucessão de Renan Calheiros e foi taxativo:

“Não há nenhuma disputa ou animosidade na bancada. O nosso candidato é o senador Eunício Oliveira, líder da bancada. Sou hoje o presidente nacional do PMDB e líder do governo no Congresso”, escreveu Jucá, no Twitter, justamente rebatendo os argumentos de que já tem cargos demais.

Jucá, após essas declarações em tom contundente, acrescentou: ‘’Gostaria de esclarecer de uma vez por todas que não sou candidato a presidente do Senado. Temos um entendimento para a sucessão do Renan”, afirmou Jucá. Mas, o presidente do PMDB acabou reconhecendo que há disputas dentro do partido, inclusive para o cargo de líder. Eunício, segundo reportagem do Jornal O Globo, edição desta terça-feira, está trabalhando para o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) ser indicado o cargo de líder. O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) também quer o posto.

Segundo Romero Jucá, “existem postulações legítimas quanto à liderança, que serão debatidas pela bancada”. Ao sinalizar com a pacificação da bancada, Jucá afirmou que o “PMDB está unido e consciente da sua responsabilidade e que cada um exercerá um papel importante cumprindo a sua tarefa”.

A segunda-feira foi marcada por muitas articulações na tentativa de unir o PMDB no Senado. As disputas internas fizeram com que o presidente Michel Temer deflagrasse uma operação para “apaziguar os ânimos” dentro da cúpula do partido. Temer conversou com vários interlocutores do Senado, entre eles Eunício Oliveira.

O Jornal O Globo antecipou, nessa segunda-feira, que o fim da “era Renan” causou uma disputa de poder envolvendo a presidência do Senado, a liderança do partido e outros postos-chave como a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ). Nos últimos tempos, Eunício, Renan e Romero Jucá vinham divergindo de como o grupo lidaria com a nova configuração de poder.

O racha, de acordo com a reportagem desta terça-feira do Jornal O Globo, se tornou público, o que fez com que todos conversassem e se entendessem pelo “bem maior do partido”. Durante conversa nessa segunda-feira, Temer pediu a Eunício que ficasse tranqüilo, garantindo que ele é o seu candidato. Hoje, o presidente embarca para Maceió, base de Renan, para lançamento de investimentos na área de combate a seca.

Apesar da garantia de Jucá e Temer, Eunício se mobilizou nos últimos dias e fez contatos para marcar sua candidatura, tendo que desmentir até que estaria desistindo devido ao seu nome ter surgido em delações de executivos da Odebrecht. Ele seria identificado pelo apelido “Índio”.