A pré-candidata à Prefeitura de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), disse que o apoio do governador Camilo Santana não tem peso decisivo nas eleições municipais deste ano na Capital. Para a petista, Camilo também comete equívoco ao afirmar que o partido se precipitou ao lançar candidatura própria em 2016. A deputada federal esteve em Fortaleza no fim de semana para participar de formulação participativa do programa de governo de sua candidatura.“Se eu achasse que o apoio de Camilo era decisivo, eu estava frita. Pelo que o que ele tem se declarado, deve apoiar a candidatura de Roberto Cláudio (PDT). Então eu não posso achar que seja decisiva. Eu achava que era muito importante. Mas decisivo mesmo é o apoio do povo.”, disparou.Ela também criticou a fala do governador de que teria sido um erro do PT lançar candidatura de oposição. “Acho um equívoco se dizer que a decisão do PT foi precipitada. Dizer isso é não conhecer o PT. Na plenária municipal, não teve nem um voto contra a candidatura própria, nem a meu nome. Nem do governador, que não foi lá votar. Podia ter ido votar contra. Não existe nenhuma possibilidade de reversão dessa posição”, disse.O atual prefeito e candidato à reeleição Roberto Cláudio (PDT) faz parte do grupo político dos Ferreira Gomes, que ajudou Camilo a se eleger governador. Desde o ano passado, a possibilidade de o PT municipal lançar candidato de oposição tem causado atrito entre os mais próximos ao governador. Luizianne, entretanto, nega que haja qualquer desconforto no partido, porque a decisão teve o apoio de todos da Executiva municipal.“Há dois anos se constrói um debate em torno da candidatura própria. Tivemos mais de 10 plenárias nos bairros entre 2014 e 2015. Não tem um clamor na base do partido para dizer que está tendo dificuldade. Só não vê que houve um processo político quem não quer”, diz, ainda em relação a Camilo.
Campanha “diferente”
Luizianne admite que Roberto Cláudio deve sair na frente, por estar dentro da máquina administrativa. Mas considera que o tempo de eleição será curto e o novo formato desafiador para todos os candidatos. Pelas novas regras aprovadas pelo Congresso em 2015, o tempo de campanha foi reduzido de 90 para 45 dias. A doação de empresas a candidatos também se tornou ilegal.A petista espera que a visita de Luiz Inácio Lula da Silva a Fortaleza, no próximo 12 de julho, fortaleça a candidatura. Ela conta que haverá um jantar com o ex-presidente, evento que servirá também para arrecadar fundos para a pré-campanha do PT.Segundo a ex-prefeita, as dificuldades financeiras do partido têm sido pauta em todos os estados. Sem o apoio de grandes empresas, a campanha deve ser financiada somente com doações de pessoas físicas.“Existem algumas candidaturas que o PT vai jogar mais peso aqui no Nordeste. Em Natal, temos Mineiro, em Fortaleza, nosso nome e em Recife, o candidato João Paulo. Então o ex-presidente Lula vai começar a articular nos lugares onde já há definição de nome. Principalmente porque sabemos que será uma campanha muito difícil”, conta.Luizianne disse que o PT já entrou com ação contra o “excesso de inaugurações” que o prefeito Roberto Cláudio vem fazendo. O partido também questiona a aparição dele em propagandas institucionais.
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